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Dra. Érica de Gasperi - Oftalmologista

 

O que é glaucoma?

 

O glaucoma é uma doença ocular crônica que pode levar à perda irreversível da visão se não for tratada adequadamente. É uma das principais causas de cegueira em todo o mundo. O glaucoma é uma doença de evolução lenta e que pode não apresentar sintomas. Embora o glaucoma seja assintomático na maioria dos casos, existem alguns sinais e sintomas que podem indicar a presença da doença. 

 

Dor ocular: Geralmente é uma dor profunda e latejante que pode ser acompanhada por dor de cabeça. A dor ocular está associada a elevação da pressão intraocular e ocorre na maioria das vezes em pacientes com glaucoma de ângulo fechado. Nestes casos , a dor geralmente é associada a piora de visão e hiperemia ocular. ( olhos vermelhos )

 

Perda de visão periférica: O glaucoma afeta principalmente a visão periférica, fazendo com que o paciente sinta que a visão está piorando lentamente. A perda de visão central ocorre em casos mais avançados da doença, por isso, muitos pacientes não percebem que há algo errado e fazem o diagnóstico em consultas de rotina. 

 

O diagnóstico precoce do glaucoma é crucial para o sucesso do tratamento e a prevenção da perda de visão. Como o glaucoma é uma doença silenciosa e assintomática, é importante realizar exames oftalmológicos regulares para detectar a doença. O diagnóstico do glaucoma começa com uma avaliação completa da saúde ocular e da história médica do paciente. Se houver suspeita da doença o oftalmologista solicitará exames complementares.

 

 

   Fatores de Risco do Glaucoma

 

Idade: O risco de desenvolver glaucoma aumenta com a idade. O glaucoma é mais comum em pessoas com mais de 60 anos.

 

Histórico familiar: Se um membro da família tiver glaucoma, o risco de desenvolver a doença aumenta. O risco é ainda maior se o parente for um irmão.

 

Raça e etnia: Pessoas de origem africana têm um risco maior de desenvolver glaucoma de ângulo aberto. Por outro lado, pessoas de origem asiática têm um risco maior de desenvolver glaucoma de ângulo fechado.

 

Pressão intraocular elevada: A pressão intraocular elevada é um fator de risco conhecido para o glaucoma. No entanto, nem todas as pessoas com pressão intraocular elevada desenvolvem glaucoma, e algumas pessoas com pressão intraocular normal podem desenvolver a doença.

 

Diabetes Pessoas com diabetes grave e descompensado têm um risco maior de desenvolver glaucoma, do tipo neovascular.

 

Uso prolongado de corticoides: O uso prolongado de medicamentos à base de corticoide, como colírios para os olhos, pode aumentar o risco de desenvolver glaucoma.

 

É importante lembrar que ter um ou mais fatores de risco não significa necessariamente que uma pessoa desenvolverá glaucoma. No entanto, é importante que as pessoas com fatores de risco sejam avaliadas regularmente por um oftalmologista e façam exames de rotina para detectar a doença precocemente. 

 

 

Pressão Intraocular

 

Normalmente, a pressão intraocular varia de 10 a 21 mmHg, mas pode variar em diferentes momentos do dia e de acordo com fatores como o nível de atividade física e o estresse. No entanto, a pressão intraocular elevada é o principal fator de risco para o desenvolvimento e progressão do glaucoma.

 

Embora a pressão intraocular elevada seja uma indicação de risco para o glaucoma, nem todos os casos de glaucoma ocorrem com pressão intraocular elevada. Alguns pacientes podem desenvolver glaucoma com pressão intraocular normal , quadro chamado glaucoma de pressão normal.

 

A pressão intraocular é medida usando um tonômetro, que pode ser um aparelho de contato ou sem contato. Durante a medição, o paciente pode sentir um ligeiro desconforto, mas é um procedimento rápido e indolor.

 

O tratamento da pressão intraocular elevada é essencial para prevenir a progressão do glaucoma. O tratamento pode incluir a administração de colírios, que ajudam a reduzir a pressão intraocular. A cirurgia de glaucoma também pode ser uma opção para reduzir a pressão intraocular em casos mais graves e não responsivos ao tratamento clínico.

 

É importante lembrar que a pressão intraocular é apenas um fator de risco para o glaucoma e que outros fatores, como idade, histórico familiar e outros problemas de saúde ocular, também podem contribuir para o desenvolvimento da doença. Portanto, é importante realizar exames oftalmológicos regulares para detectar e tratar o glaucoma o mais cedo possível e evitar a perda irreversível da visão.

 

 

Tipos de Glaucoma

 

Glaucoma de ângulo aberto: Este é o tipo mais comum de glaucoma, representando cerca de 70% dos casos. Esse tipo de glaucoma é assintomático na maioria dos casos e pode progredir lentamente, causando danos irreversíveis ao nervo óptico e perda da visão periférica. É mais comum em pessoas com mais de 50 anos, histórico familiar de glaucoma e entre pessoas de origem afrodescendente.

 

Glaucoma de ângulo fechado: Este tipo de glaucoma ocorre quando a íris do olho bloqueia a malha trabecular, impedindo a drenagem do fluido ocular. O glaucoma de ângulo fechado pode ocorrer subitamente, com sintomas como dor ocular intensa, náuseas e visão turva. Se não for tratado rapidamente pode levar à perda irreversível da visão. É mais comum em pessoas com descendência asiática, histórico familiar de glaucoma e pessoas com hipermetropia.

 

Glaucoma congênito: O glaucoma congênito é um tipo raro de glaucoma que ocorre em bebês e crianças. Ele ocorre devido a uma anormalidade no desenvolvimento da malha trabecular, que impede a drenagem do fluido ocular. Os sintomas aumento do tamanho da córnea e sensibilidade à luz. 

 

Glaucoma secundário: O glaucoma secundário é uma condição que pode ocorrer como resultado de outra doença ocular, como catarata, uveíte ou diabetes. Também pode ser causado por alguns medicamentos, como corticosteroides. O tratamento depende da causa subjacente

 

Glaucoma de pressão normal: O glaucoma de pressão normal ocorre quando o dano ao nervo óptico ocorre apesar da pressão intraocular estar dentro da faixa normal. Muitas vezes, Esse tipo de glaucoma é mais difícil de diagnosticar. Pode estar associado a doenças como apnéia do sono e estenose de carótida . 

 

 

Exames para o diagnóstico de glaucoma

 

Tonometria: A tonometria é um teste que mede a pressão intraocular (PIO) do olho. Este teste é realizado usando um aparelho chamado tonômetro, que pode ser de diferentes tipos, como o de aplanação de Goldmann ou de sopro. 

 

Gonioscopia: A gonioscopia é um exame que permite a visualização da estrutura da câmara anterior do olho e da malha trabecular, que é a área responsável pela drenagem do humor aquoso. Esse exame é importante porque, em alguns tipos de glaucoma, como o de ângulo fechado, pode haver uma obstrução da malha trabecular, o que pode levar ao aumento da pressão intraocular e, consequentemente, ao desenvolvimento da doença.

 

Campimetria: A campimetria é um teste que avalia a visão periférica. Durante o teste, o paciente é instruído a olhar para um ponto fixo no centro de um dispositivo enquanto flashes de luz aparecem em diferentes pontos da tela. O paciente deve apertar um botão sempre que ver o flash de luz. Este teste é útil para avaliar o dano ao nervo óptico causado pelo glaucoma.

 

Tomografia de coerência óptica (OCT): A tomografia de coerência óptica é um exame que utiliza luz infravermelha para criar uma imagem em alta resolução das estruturas da retina e do nervo óptico. O OCT é particularmente útil para detectar e monitorar o dano do nervo óptico causado pelo glaucoma.

 

Fundoscopia: O exame de fundo de olho é um teste que avalia a aparência do nervo óptico, bem como a retina e as veias e artérias que fornecem sangue à retina. O médico oftalmologista avalia a aparência do nervo óptico para detectar sinais de danos causados pelo glaucoma.

 

Paquimetria: é um exame que mede a espessura da córnea. A espessura da córnea pode afetar a pressão intraocular medida pela tonometria. Uma córnea mais fina pode levar a uma leitura falsamente baixa da pressão intraocular e uma córnea mais espessa pode levar a uma leitura falsamente alta. Portanto, a paquimetria pode ser útil para ajustar a leitura da pressão intraocular medida durante a tonometria.

 

 

Tratamento do Glaucoma

 

O tratamento do glaucoma tem como objetivo reduzir a pressão intraocular (PIO) e prevenir danos ao nervo óptico. Existem diferentes opções de tratamento disponíveis, e o tratamento escolhido dependerá do estágio do glaucoma e do paciente.

 

Colírios hipotensores: Os colírios são a primeira linha de tratamento para o glaucoma e tem o objetivo de reduzir a pressão intraocular, que é a principal causa do glaucoma. 

 

Trabeculoplastia a laser: é um procedimento que usa um laser para abrir os canais de drenagem do olho, permitindo que o fluido saia mais facilmente e reduzindo a pressão intraocular. Esse procedimento é geralmente realizado em consultório médico.

 

Cirurgia de glaucoma: A cirurgia de glaucoma é uma opção de tratamento mais invasiva e é geralmente usada quando outras opções de tratamento não são eficazes. Existem diferentes tipos de cirurgia de glaucoma, incluindo a trabeculectomia, que cria um novo canal de drenagem no olho para reduzir a pressão intraocular, e o implante de tubo de drenagem, que coloca um tubo no olho para drenar o excesso de fluido.

 

É importante lembrar que o tratamento do glaucoma é um processo contínuo e que o paciente deve ser monitorado regularmente para avaliar a eficácia do tratamento. O tratamento adequado pode ajudar a prevenir a perda irreversível da visão e melhorar a qualidade de vida do paciente. Portanto, é importante seguir as recomendações do médico oftalmologista e comparecer a consultas regulares de acompanhamento.

 

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